quarta-feira, 27 de abril de 2011

#21


EXPLOSÃO

Talvez esteja preso em meus próprios tentáculos,

Talvez minha mente não guarde futuras recordações.

O conhecido que te fez feliz em algum momento será um eterno desconhecido,

Escondido em seus pensamentos proibidos, lacrados a sete chaves.

A emoção que foi eternizada pelas energias corporais foi levada pela turbulência.

Esse descontrole um dia queria parar,

Mas acabou tornando um vulcão em explosão,

Expelindo rancor, ódio, amor,

Expelindo na sua cara de arrependimento.

Cai sobre a Terra e deixa marca

Até não poder expelir mais.

Marcos P. S. Fachin

sábado, 16 de abril de 2011

#20

NAS TETAS DO SISTEMA

CAP VI

- Fábio Henrique da Silva, 27 anos nascido dia 04 de Julho de 1983 filhos de imigrantes nordestinos está sendo procurado pela Policia Federal por vender produtos roubados, assaltar a Eletrônica Rocco, assassinar o segurança noturno Pedro Oliveira Cardoso, ainda é suspeito de assaltar a Boutique Amorim e do desaparecimento da proprietária Renata Albuquerque Amorim.
- Acho que o Steve tem coisas melhores a oferecer para nós dois, você não acha?
Disse a ela, demonstrando um deboche total dessa situação que criei, eu sou o que quero ser. Voltamos a ouvir as guitarras.
- Você vai fazer o seguinte Renata, amanhã quero que você naquela sua loja e que vá mais bonita possível porque vamos ficar famosos
- Eu o quê? Você enlouqueceu, está delirando
- E se não fizer o que estou mandando, vou me entregar para os canas, digo que você era minha cúmplice e que estávamos armando a morte de sua mãe para ficar com a herança. Ou você acha que eu não sei que sua mãe mesmo com problemas com álcool é muito da espertinha de se casar com o vice-governador?
Renata ficou espantada com aquilo tudo e tentou fugir, mas consegui pega-la a tempo pelo braço, segurei-a tão forte que os meus dedos ficaram marcados em sua pele rósea
- Você não vai fazer isso? O meu padrasto é poderoso, vai te achar a qualquer custo.
- E daí, você não me conhece mesmo, eu não me importo o que vai acontecer daqui para frente, o que pulsa em minhas veias está podre. Eu morri há muito tempo, não é o Fábio que está aqui na sua frente, ele se foi quando aquele sentimento puro se tornou escuro e podre, o azul em meus pensamentos se transformou em trevas, ninguém neste mundo é real, eu sou real? Você é real? Isso tudo é a mais cruel das verdades e eu desisti de sonhar a muito tempo.
Ela não tinha aonde ir, ou ficava comigo e tudo ia acabar como eu queria ou iria enfrentar a selva do sistema lançada em sua cara. Questionou-me do que iremos fazer:
- Famosos? O que iremos fazer?
- Não se preocupe enquanto a isso, faça o que disse e pronto, vamos participar de um show. Ninguém sabe que eu sou o Fábio de 28 anos, como eu disse, só estou usando seu corpo, lembre-se sou Mosca. Fique tranquila ninguém irá nos encontrar por enquanto.
Então, acendi um cigarro tomei uma cerveja e sonhei.
Estava tudo diferente, os pássaros cantam melodias perfeitas, o sol me ilumina por completo e voltei aquele passado. Era a primeira vez que aquela sensação de paz e pureza entrava em meu coração, trocamos olhares e de sua boca saiu um oi.
- Oi
Foi magnífico, é como se fosse uma espécie de energia positiva me contaminando por completo. Minhas pernas amoleceram, senti o pulsar da minha espinha, procurei palavras em minha boca, foi como se outro alguém estivesse tomado conta de mim e falou algo do tipo:
- Eu procuro pensar um pouco adiante e porque não fazer agora o que o futuro nos aguarda?
Sem entender absolutamente nada, ela perguntou
- Imaginei que iria dizer outro oi, mas o que o futuro nos espera?
Meus olhos entraram-nos dela, aproximei até sentir à sua respiração.
- Você é a mulher que eu quero ficar até o fim dos tempos e nossa história começa assim:
Entrelacei meus dedos com os seus a beijei como se fosse o último beijo ofertado ao amor universal e ela tinha gosto de maracujá, Patrícia, meu doce amor maracujá.
- Não posso negar que gostei desse beijo, desses lábios que se encaixaram perfeitamente nos meus, qual o seu nome?
- Sou Fábio. Disse meio envergonhado.
- Patrícia e isso que você fez não foi nenhum pouco previsível.
- Não? Questionei-a surpreso.
E ela completou:
- E segundo você eu sou a mulher ficarei com você até os fins dos tempos.
Depois disso, ela sorriu e me beijou para definitivamente selar o amor mais puro que o universo irá presenciar.
Éramos jovens. Eu tinha 17 anos e ela também, não sabia o que era amar alguém até conhecê-la naquele instante e realmente foi surpreendente. Descobrimos juntos, fizemos juntos, choramos, rimos, todas as situações eram vividas para nós dois, éramos como pão e manteiga.
O tempo passou por mim ligeiramente, quando me dei por percebido estávamos trocando aliança de noivado.
- Eu te amo Fábio.
-Até os fins dos tempos meu doce maracujá.
Saímos do restaurante, caminhamos pela rua, a cidade estava em chamas, porém nada nos tirava da sintonia, da perfeita dança dos anjos. Alguém passou por nós rapidamente, e nos trombou, tinha uma aparência horrível, um marginal na certa e logo em seguida parou um carro escuro.
- ENTRA OS DOIS, AGORA! Disse apontando uma arma.
Não tínhamos o que fazer ali, Patrícia não poderia se machucar. O marginal a pegou pelo cabelo e jogou para dentro do carro e fui junto.
- Não diga nada, absolutamente nada. Disse o motorista, usando óculos escuro.
Dentro daquele carro, Patrícia estava aos prantos, percorremos muitas ruas, já nem sabia onde estava, foi então que o carro parou e o motorista falou:
- Saia do carro.
Estávamos saindo, não sabíamos o que iria ocorrer e eu estava desesperado.
- Você não boneca, só ele que sai, fique dentro do carro. Disse o marginal.
Comecei a me defender dos socos, dos ponta pés, a força que saía de mim refletia no sofrimento de Patrícia e do orgasmo do marginal, consegui pegar a arma que estava na cintura do motorista e ligeiramente apertei o gatilho. Estava tão desesperado que pareceu que a bala saiu do cano sem nenhuma pressão, mas ao contrário disso, o individuo caiu no chão feito um castelo de cartas derrubado por uma criança, menos um. Fui ao carro, onde meu maior tesouro estava sendo violado, puxei o marginal de dentro e com a arma o acertei na cabeça ,ele caiu junto a Patrícia que estava nua toda marcada de sangue ao mesmo tempo sei pensar mirei e puxei o gatilho e uma parte de mim morria naquele exato momento
- PATRÍCIAAAAAA!!!!
O marginal a usou como escudo humano, algo de estranho naquele instante florescia dentro mim, meus dedos da mão se fecharam, comecei a pressionar os dentes uns aos outros, franzi a sobrancelha e com a arma atirei no pescoço do marginal. Ali ele não tinha como escapar, jatos de sangue pintavam o carro, enquanto a morte o buscava, mas fiz questão de ajudar as trevas, esvaziei o cartucho em sua cabeça e o corpo de Patrícia se vestiu de vermelho.
Coloquei a arma na parte de trás da cintura, saí daquele beco com uma nova identidade, a raiva e o ódio já pulsava junto ao meu coração, olhei para trás e as MOSCAS já estavam no local aproveitando da discórdia humana.

Marcos P. S. Fachin