NAS TETAS DO SISTEMA
CAP VI
- Fábio Henrique da Silva, 27 anos nascido dia 04 de Julho de 1983 filhos de imigrantes nordestinos está sendo procurado pela Policia Federal por vender produtos roubados, assaltar a Eletrônica Rocco, assassinar o segurança noturno Pedro Oliveira Cardoso, ainda é suspeito de assaltar a Boutique Amorim e do desaparecimento da proprietária Renata Albuquerque Amorim.
- Acho que o Steve tem coisas melhores a oferecer para nós dois, você não acha?
Disse a ela, demonstrando um deboche total dessa situação que criei, eu sou o que quero ser. Voltamos a ouvir as guitarras.
- Você vai fazer o seguinte Renata, amanhã quero que você naquela sua loja e que vá mais bonita possível porque vamos ficar famosos
- Eu o quê? Você enlouqueceu, está delirando
- E se não fizer o que estou mandando, vou me entregar para os canas, digo que você era minha cúmplice e que estávamos armando a morte de sua mãe para ficar com a herança. Ou você acha que eu não sei que sua mãe mesmo com problemas com álcool é muito da espertinha de se casar com o vice-governador?
Renata ficou espantada com aquilo tudo e tentou fugir, mas consegui pega-la a tempo pelo braço, segurei-a tão forte que os meus dedos ficaram marcados em sua pele rósea
- Você não vai fazer isso? O meu padrasto é poderoso, vai te achar a qualquer custo.
- E daí, você não me conhece mesmo, eu não me importo o que vai acontecer daqui para frente, o que pulsa em minhas veias está podre. Eu morri há muito tempo, não é o Fábio que está aqui na sua frente, ele se foi quando aquele sentimento puro se tornou escuro e podre, o azul em meus pensamentos se transformou em trevas, ninguém neste mundo é real, eu sou real? Você é real? Isso tudo é a mais cruel das verdades e eu desisti de sonhar a muito tempo.
Ela não tinha aonde ir, ou ficava comigo e tudo ia acabar como eu queria ou iria enfrentar a selva do sistema lançada em sua cara. Questionou-me do que iremos fazer:
- Famosos? O que iremos fazer?
- Não se preocupe enquanto a isso, faça o que disse e pronto, vamos participar de um show. Ninguém sabe que eu sou o Fábio de 28 anos, como eu disse, só estou usando seu corpo, lembre-se sou Mosca. Fique tranquila ninguém irá nos encontrar por enquanto.
Então, acendi um cigarro tomei uma cerveja e sonhei.
Estava tudo diferente, os pássaros cantam melodias perfeitas, o sol me ilumina por completo e voltei aquele passado. Era a primeira vez que aquela sensação de paz e pureza entrava em meu coração, trocamos olhares e de sua boca saiu um oi.
- Oi
Foi magnífico, é como se fosse uma espécie de energia positiva me contaminando por completo. Minhas pernas amoleceram, senti o pulsar da minha espinha, procurei palavras em minha boca, foi como se outro alguém estivesse tomado conta de mim e falou algo do tipo:
- Eu procuro pensar um pouco adiante e porque não fazer agora o que o futuro nos aguarda?
Sem entender absolutamente nada, ela perguntou
- Imaginei que iria dizer outro oi, mas o que o futuro nos espera?
Meus olhos entraram-nos dela, aproximei até sentir à sua respiração.
- Você é a mulher que eu quero ficar até o fim dos tempos e nossa história começa assim:
Entrelacei meus dedos com os seus a beijei como se fosse o último beijo ofertado ao amor universal e ela tinha gosto de maracujá, Patrícia, meu doce amor maracujá.
- Não posso negar que gostei desse beijo, desses lábios que se encaixaram perfeitamente nos meus, qual o seu nome?
- Sou Fábio. Disse meio envergonhado.
- Patrícia e isso que você fez não foi nenhum pouco previsível.
- Não? Questionei-a surpreso.
E ela completou:
- E segundo você eu sou a mulher ficarei com você até os fins dos tempos.
Depois disso, ela sorriu e me beijou para definitivamente selar o amor mais puro que o universo irá presenciar.
Éramos jovens. Eu tinha 17 anos e ela também, não sabia o que era amar alguém até conhecê-la naquele instante e realmente foi surpreendente. Descobrimos juntos, fizemos juntos, choramos, rimos, todas as situações eram vividas para nós dois, éramos como pão e manteiga.
O tempo passou por mim ligeiramente, quando me dei por percebido estávamos trocando aliança de noivado.
- Eu te amo Fábio.
-Até os fins dos tempos meu doce maracujá.
Saímos do restaurante, caminhamos pela rua, a cidade estava em chamas, porém nada nos tirava da sintonia, da perfeita dança dos anjos. Alguém passou por nós rapidamente, e nos trombou, tinha uma aparência horrível, um marginal na certa e logo em seguida parou um carro escuro.
- ENTRA OS DOIS, AGORA! Disse apontando uma arma.
Não tínhamos o que fazer ali, Patrícia não poderia se machucar. O marginal a pegou pelo cabelo e jogou para dentro do carro e fui junto.
- Não diga nada, absolutamente nada. Disse o motorista, usando óculos escuro.
Dentro daquele carro, Patrícia estava aos prantos, percorremos muitas ruas, já nem sabia onde estava, foi então que o carro parou e o motorista falou:
- Saia do carro.
Estávamos saindo, não sabíamos o que iria ocorrer e eu estava desesperado.
- Você não boneca, só ele que sai, fique dentro do carro. Disse o marginal.
Comecei a me defender dos socos, dos ponta pés, a força que saía de mim refletia no sofrimento de Patrícia e do orgasmo do marginal, consegui pegar a arma que estava na cintura do motorista e ligeiramente apertei o gatilho. Estava tão desesperado que pareceu que a bala saiu do cano sem nenhuma pressão, mas ao contrário disso, o individuo caiu no chão feito um castelo de cartas derrubado por uma criança, menos um. Fui ao carro, onde meu maior tesouro estava sendo violado, puxei o marginal de dentro e com a arma o acertei na cabeça ,ele caiu junto a Patrícia que estava nua toda marcada de sangue ao mesmo tempo sei pensar mirei e puxei o gatilho e uma parte de mim morria naquele exato momento
- PATRÍCIAAAAAA!!!!
O marginal a usou como escudo humano, algo de estranho naquele instante florescia dentro mim, meus dedos da mão se fecharam, comecei a pressionar os dentes uns aos outros, franzi a sobrancelha e com a arma atirei no pescoço do marginal. Ali ele não tinha como escapar, jatos de sangue pintavam o carro, enquanto a morte o buscava, mas fiz questão de ajudar as trevas, esvaziei o cartucho em sua cabeça e o corpo de Patrícia se vestiu de vermelho.
Coloquei a arma na parte de trás da cintura, saí daquele beco com uma nova identidade, a raiva e o ódio já pulsava junto ao meu coração, olhei para trás e as MOSCAS já estavam no local aproveitando da discórdia humana.
Marcos P. S. Fachin