segunda-feira, 18 de junho de 2012

#46


Já não sei dizer se ainda sei sentir
O meu coração já não me pertence
Já não quer mais me obedecer
Parece agora estar tão cansado quanto eu
Até pensei que era mais por não saber
Que ainda sou capaz de acreditar
Me sinto tão só
E dizem que a solidão até que me cai bem
Às vezes faço planos
Às vezes quero ir
Pra algum país distante
Voltar a ser felizJá não sei dizer o que aconteceu
Se tudo que sonhei foi mesmo um
sonho meu
Se meu desejo então já se realizou
O que fazer depois
Pra onde é que eu vou?
Eu vi você voltar pra mim
Eu vi você voltar pra mim
Eu vi você voltar pra mim...

Cada olho é guiado pelo o que mais atrai

O subconsciente muitas vezes comanda cada movimentação

O olhar raivoso

Tenebroso

Sem dizer qualquer palavra

O olhar puro

Que a abrilhanta cada segundo da vida

O olhar de tristeza

De mãos dadas a contradição da situação

Aquele materno

Naquele abraço do calor humano

Que  afaga na proteção

O olhar subentendido

Que esconde aquelas pensamentos incertos

Que mantem contato

Naquelas interpretações adversas

Marcos P. S. Fachin

domingo, 10 de junho de 2012

#45

MONTE CASTELO


Ainda que eu falasse 
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.






Nesses corredores iluminados

Algo bate no chão

Mas não há sombra alguma

Não é o frio

Que te deixa arrepiado

Que te faz sentir borboletas no estômago

É o mundo em que vivemos

Pode ser ou não a última vez

Ignore o tempo

E nunca é tarde

Para sonhar com sua realidade

Naquela preguiça

Por culpa do seu calor

Fez-me tremer

Não tente novamente sem permissão

Quero acostumar novamente

Então me impressione com aquele improviso

Eu lembro

O hoje é o dia de esquecer

Como foi o ontem

Mas a noite insiste em passar

E a luz que brilha em você no amanhã

Não me tira da cabeça

Aquilo que tentamos esquecer

Vamos deixar criar pó novamente


Marcos P. S. Fachin